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A HISTÓRIA DO DJ: O MESTRE DOS BAILES

Texto : Marinah Nogueira (@marinacomh) Arte : André Rebello (@ruadavala) Tudo começou nos Estados Unidos na década de 50, quando a era do Rock and Roll estourava. Os DJs eram os que colocavam os discos de vinil para tocar durante os programas de rádio. Tiveram imensa contribuição para o movimento musical da época. Em outra parte do mundo, no mesmo período, começaram a surgir os DJs jamaicanos. No início, eles tocavam principalmente discos estadunidenses de R&B nos sistemas de som e faziam sucesso entre as camadas mais pobres do país, que não tinham condições de ter rádios nem toca-discos. Já nos anos 70, os DJs saíram das rádios e foram para as pistas de dança. Tal feito se deu por conta das famosas discotecas e da cultura vinda das ruas. Os toca-discos chegaram às periferias e, dentre esses homens que movimentavam as festas, surgiu DJ Kool Herc . Este, considerado o pai do hip-hop, colocava discos de funk music quando organizava as famosas block parties (festas fechadas) no bairro do Bronx , Nova Iorque. Segundo o portal Assim Que Rola, Kool inovou e, com dois toca-discos, um amplificador de guitarra e músicas de James Brown, começou a isolar a parte instrumental das faixas, mudando rapidamente entre um break e outro. Isso gerou a base das músicas de hip hop. Os DJs turntablist , os malabaristas musicais, são os que fazem a mixagem tradicional. São especialistas em manobras sonoras. Entre as técnicas de mixagens mais conhecidas desta modalidade, podem-se destacar: scratch, backspin, back to back e transform . Nas décadas de 80 e 90, esses músicos sincronizavam a composição mixada (entrante) e regulavam a velocidade do vinil do toca-discos com cautela, para que a agulha não escapasse do sulco do prato. Tal prática também permitia que o timbre da voz da música não ficasse muito alterado, nem a velocidade do prato ficasse muito alta ou muito baixa. A alteração que possibilitava a mudança de velocidade só era possível em toca-discos que possuíam o botão chamado pitch. O toca-discos mais famoso, na época, era o Technics SL-1200 MK-2 , que até hoje é vendido e procurado por profissionais e amantes do vinil. Os DJs que atuaram até o meio da década de 1990 utilizavam apenas discos de vinil para realizar as mixagens. Com o surgimento dos CDs, porém, esse cenário mudou. Não havia equipamentos que permitissem esse sincronismo da música entrante com a música em execução nem as artimanhas que o vinil permitia. O cenário foi mudando, as mesas que tocavam discos passaram a tocar CDs e a tecnologia acompanhou o movimento. Fabricantes como Pioneer, Technics e Numark criaram aparelhos no estilo CD player com recursos próprios para DJs. Conhecidos como CDJs, esses aparatos possuíam botões especiais para alteração de pitch , de retorno da faixa, de marcação de ponto e looping. O timbre da música passou a ser controlado por um acionador específico, conhecido como master tempo. Assim, com este recurso, mesmo que a composição esteja extremamente acelerada (ou desacelerada), o timbre da voz, teclados, guitarras é mantido, fazendo dribles de certa forma a capacidade de percepção do público, sem notar que determinado som está tocando em velocidade diferente da normal. No final do século XX, com a popularização do MP3, as músicas de modo digital vindas de programas de compartilhamento de arquivos e o surgimento de programas de edição musical, nasceu um novo nicho de editores musicais. Assim, as mixagens e beats criados são feitos em casa ou estúdios, diferentemente dos improvisos feitos nas décadas anteriores. Grandes DJs fazem uso desses programas para criar sequências de múltiplas músicas, denominadas megamixes. Hoje, graças a todo o pioneirismo, criatividade e inovação dos DJs do século XX, temos um legado de DJs referências no mundo do hip-hop, disco, tecno e trance.
Cenário no Brasil Nas terras brasileiras, a cena é um pouco diferenciada. O som do DJ entra em ação no início dos anos 80 nas periferias de São Paulo e do Rio de Janeiro, com estilos completamente distintos. Na capital paulista, os jovens consumiam do movimento vindo direto de Nova Iorque, especificamente do bairro Bronx. Segundo o portal de música Red Bull Brasil , os grupos marginalizados começaram a se reunir na Galeria 24 de Maio e na estação São Bento do metrô para escutar as músicas vindas desse setor. Os primeiros a frequentar o lugar foram os dançarinos de break . Também participavam do cenário nomes fortíssimos do hip-hop brasileiro: Nelson Triunfo e Thaíde . Já no contexto carioca, o DJ se apresenta e faz seu nome no funk. A ideia que dominava era o miami bass, estilo muito parecido ao eletro, cujo as batidas são criadas e comandas por um DJ. As letras, na época, eram todas em inglês. De acordo com a página Politize , Fernando Luís Mattos da Matta, DJ Marlboro , foi o principal responsável por fazer o funk se tornar o que é hoje, introduzindo o beat eletrônico no estilo musical. Já no final da década 80, ele lança seu primeiro disco, Funk Brasil.

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